Podemos dizer que são designados por biomassa os resíduos sólidos naturais e os resíduos resultantes da atividade humana. A biomassa é classificada como recurso energético nas categorias de biomassa energética florestal, seu produtos e subprodutos ou resíduos; biomassa energética agrícola, as culturas agroenergéticas e os resíduos e subprodutos das atividades agrícolas, agroindustriais e da produção animal; e rejeitos urbanos.
A biomassa para fins energéticos em geral, e também particularmente como fonte para geração de energia elétrica, está entre as fontes renováveis com maiores possibilidades em termos de natureza, origem, tecnologia de conversão e produtos energéticos. Considerando o contexto em que se insere esta avaliação do potencial da biomassa como recurso energético, cujo papel é subsidiar um plano de energia com foco na geração de energia elétrica para o Brasil, concentramos nossa atenção nas fontes de biomassa de escala compatível com a integração ao sistema elétrico e nas culturas que apresentam condições atuais e perspectivas futuras de escala no país, considerando tanto as culturas alimentares e seus resíduos, as culturas energéticas e a produção silvicultural, bem como os resíduos agroindustriais produzidos.
Trata-se de um recurso energético primário e sua utilização ocorre através de rotas tecnológicas diversas, nas quais o estado físico dos insumos utilizados é de suma importância
Essas fontes energéticas são classificadas em quatro categorias:
- Culturas: produtos agrícolas cultivados para produção de energia, como milho e cereais.
- Resíduos agrícolas e florestais: resíduos produzidos durante a colheita e o corte de árvores, como palha e resíduos de madeira.
- Subprodutos orgânicos: resíduos orgânicos, efluentes da agropecuária e resíduos provenientes do processamento da madeira.
- Resíduos orgânicos: resíduos domésticos, efluentes domésticos e industriais e resíduos da produção alimentar.
Existem quatro formas de transformar a biomassa em energia:
Pirólise: através dessa técnica, a biomassa é exposta a altas temperaturas sem a presença de oxigênio, focando na agilização da decomposição da mesma. O que sobra da decomposição é uma mistura de gases, líquidos, a partir da fração volátil, e carvão.
Gaseificação: assim como na pirólise, aqui a biomassa também é exposta a altas temperaturas e na ausência do oxigênio, originando como produto final um gás inflamável. A diferença básica em relação à pirólise é o fato de a gaseificação exigir menor temperatura e resultar apenas em gás.
Combustão: Nessa opção, a queima da biomassa é realizada a altas temperaturas na presença abundante de oxigênio, produzindo vapor a alta pressão. Esse vapor geralmente é usado em caldeiras ou para mover turbinas. É uma das formas mais comuns hoje em dia e sua eficiência energética situa-se na faixa de 20 a 25%.
Co-combustão: essa prática propõe a substituição de parte do carvão mineral utilizado em urnas termelétricas por biomassa. Dessa forma, reduz-se significativamente a emissão de poluentes. A faixa de desempenho da biomassa encontra-se entre 30% e 37%, sendo por isso uma escolha bem atrativa e econômica.
Segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), cerca de três quartos do uso de energia renovável em escala mundial envolve a chamada bioenergia. A agência destaca especialmente o potencial da biomassa para aumentar o fornecimento de energia em países populosos e com demanda crescente, como Brasil, Índia e China.
No Brasil, possuímos um terreno fértil para expandir a produção de energia de biomassa. Afinal, conta com extensas áreas cultiváveis e condições climáticas favoráveis ao longo de todo o ano.
Para se ter uma ideia, a lenha já chegou a representar 40% da produção energética primária do país. Atualmente, segundo dados do governo, a biomassa é a terceira maior fonte da matriz energética brasileira, com sua participação chegando a 9%.