O Pantanal, um dos maiores sistemas de zonas úmidas continentais do planeta, sofre com a pior seca das últimas quatro décadas. A escassez de água, resultado da combinação de fatores naturais e ações humanas, impacta diretamente a vida da população local. Um estudo recente, realizado com dados de satélite de alta precisão, revela que a área inundada em 2024 foi significativamente menor do que em anos anteriores, mesmo no período de chuvas.
A combinação de fatores naturais e ações humanas intensifica essa crise. As mudanças climáticas, com redução das chuvas e aumento das temperaturas, agravam a situação, mas não são as únicas responsáveis. A construção de barragens, o desmatamento e as queimadas, atividades que alteram o regime hídrico e fragilizam o solo, contribuem para a intensificação da seca e a perda de biodiversidade.
Consequências da crise hídrica no Pantanal
Além dos impactos econômicos, a seca traz consequências sociais e ambientais significativas. A falta de água potável para consumo humano e animal aumenta o risco de doenças e agrava problemas de saúde pública. A diminuição do nível dos rios dificulta o transporte de pessoas e mercadorias, isolando comunidades e prejudicando o acesso a serviços básicos como educação e saúde.
A vegetação nativa, adaptada a ciclos de inundação e seca, sofre com a prolongada estiagem. A perda da cobertura vegetal aumenta a erosão do solo, a sedimentação dos rios e a degradação dos habitats de diversas espécies animais. Os incêndios florestais, cada vez mais frequentes e intensos, devastam grandes áreas do Pantanal, liberando gases do efeito estufa e contribuindo para o aquecimento global.
Risco de extinção do Pantanal
Em uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil pode perder o Pantanal por completo até o fim deste século. “A cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em função de desmatamento ou de queimadas. Você prejudica toda a bacia e assim, segundo eles [pesquisadores], até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, declarou a ministra.
A conservação do Pantanal exige ações coordenadas em diferentes níveis, desde políticas públicas que combatam o desmatamento e promovam o uso sustentável dos recursos naturais até ações locais de restauração de áreas degradadas e apoio às comunidades tradicionais. A proteção desse patrimônio natural é fundamental para a manutenção da biodiversidade global e o bem-estar das futuras gerações.