Após quase sete décadas, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) deixou de ter o governo do estado do Paraná como principal controlador da empresa. Uma oferta pública de ações arrecadou R$ 5,2 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo e transformou a maior empresa pública do Paraná em uma corporação, sem sócio controlador ou dono definido. Mesmo com a privatização, o governo do Paraná permanece como o maior acionista da empresa e conta com o poder de vetar o orçamento da companhia.
O valor da tarifa de energia vai mudar?
O governo do Paraná e a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace) declararam que a privatização não causará alteração na tarifa cobrada dos usuários, já que a formatação da tarifa é feita com base em regulamentação federal. Seguindo as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa residencial da Copel é composta por 41% de energia elétrica gerada, 10% pela transmissão e 21% pelo serviço de distribuição.
Em nota, a Aneel declarou que a privatização não altera as obrigações contratuais das concessionárias de serviço público de distribuição, transmissão e geração de energia elétrica, controladas direta ou indiretamente pela Copel. As empresas devem continuar prestando o serviço de forma adequada e dentro da lei.
Novo comando da companhia
Em 2025, os novos acionistas poderão eleger os membros do conselho, responsável por orientar os negócios da companhia. Ainda que a aprovação da tarifa seja de responsabilidade da Aneel, o novo Conselho de Administração poderá propor reajustes até o limite legal e ampliação ou diminuição dos investimentos da empresa.
O Conselho de Administração também definirá as diretrizes para a distribuição de lucros e dividendos entre os novos acionistas. No primeiro trimestre de 2023, a Copel reportou um lucro líquido de R$ 635,5 milhões. Com a privatização, a companhia não está mais sujeita às regras da Lei das Estatais e por isso não é mais obrigada a dar total transparência a suas ações.