Foi publicado em outubro o Sumário Executivo do Plano da Operação Energética (PEN) para o horizonte 2023-2027 com as avaliações das condições de atendimento energético ao setor elétrico brasileiro nos próximos quatro anos. A partir de 2024 também haverá a abertura do Mercado Livre de Energia para todos os consumidores do grupo A, que inclui as indústrias, os shoppings, os supermercados, entre outros, atendidos em alta e média tensão.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projeta um crescimento médio anual de 3,2% ao ano da carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN), passando de 74,4 MW médios neste ano para cerca de 84,7 MW médios até 2027.
De acordo com o relatório, a demanda máxima crescerá de cerca de 99 GW em 2023 para cerca de 112 GW em 2027, considerando a incorporação da base da micro e minigeração distribuída (MMGD) existente. Já a matriz elétrica deve passar de mais de 205 GW atuais para 242 GW.
É previsto um recuo de aproximadamente 0,7 GW na capacidade instalada das termelétricas, mas acréscimo de cerca de 21,6 GW nas PCHs, usinas a biomassa, eólicas e solares, somando 77,9 GW e a adição de 18 GW em MMGD, totalizando 40 GW.
A abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL) para todos os consumidores do Grupo A a partir de janeiro de 2024 também vai influenciar estes números. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam que mais de 7 mil unidades consumidoras já denunciaram seus contratos para migrar ao mercado livre em 2024. Segundo a CCEE, 70 mil unidades têm potencial para aderir ao ACL a partir de janeiro.
A participação conjunta das fontes solar centralizada e MMGD deve aumentar de 14,9% para aproximadamente 24,6%. A MMGD deve ter participação superior a 4% da carga do sistema em seu horário de pico. De forma geral, as análises energéticas do PEN 2023 indicam um equilíbrio estrutural do SIN durante o próximo período.