Aneel quer revisão de plano de segurança de barragens de hidrelétricas

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou nesta terça-feira (29) que a agência pedirá a todas as concessionárias uma nova versão do plano de segurança das barragens de usinas hidrelétricas. Além disso, a Aneel fará a fiscalização presencial de parte das barragens que ficam próximas a áreas densamente habitadas.

A medida ocorre após o rompimento de barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que até o momento provocou a morte de 65 pessoas.

A barragem da Vale que se rompeu armazenava rejeitos da exploração de minérios feita pela empresa. Já as barragens fiscalizadas pela Aneel são de usinas que armazenam água para geração de energia elétrica.

Na segunda-feira (28), o governo federal informou que recomendará aos órgãos reguladores a fiscalização “imediata” de todas as barragens, com ênfase para as que apresentam risco de “dano potencial” à vida humana.

Segundo Pepitone, em 2017 a agência identificou 616 barragens, sendo que 519 estão próximas de áreas densamente habitadas e, por isso, são classificadas pela Aneel como barragens de alto risco.

Também em 2017, informou o diretor-geral, a Aneel fez um pente-fino nas barragens do setor elétrico e em 2018 visitou 122 usinas para fiscalização “in loco” das barragens. Segundo ele, nenhuma barragem do setor elétrico apresenta problemas de segurança.

“Vamos solicitar uma nova versão do plano [de segurança das barragens de hidrelétricas] e vamos atuar para fiscalização in loco. Já estivemos em 122 e vamos elencar outro universo para fiscalizar in loco”, disse.

Retiro Baixo

Entre as usinas que a Aneel fiscalizou presencialmente em 2018 está a de Retiro Baixo, na região de Brumadinho. A barragem da hidrelétrica foi fiscalizada em agosto do ano passado.

A expectativa é que a lama de rejeitos minerais que vazou da barragem da Vale seja contida pela hidrelétrica de Retiro Baixo.

Pepitone afirmou que a concessionária já foi acionada para avaliar novamente a segurança da barragem, mas que a chegada da lama não deve prejudicar a operação da usina, já que o reservatório suporta um volume muito maior do que o da lama que vazou.

“A nossa expectativa é que ela não chegue a ter grandes alterações na operação de Retiro Baixo”, afirmou.

A hidrelétrica de Retiro Baixo tem potência instalada de 82 MW e está atualmente operando em cerca de 20 MW, para diminuir o nível de seu reservatório para receber a lama com rejeitos de minério. Ela vai continuar gerando até que seu reservatório atinja o nível operacional mínimo de 613 metros acima do nível do mar.

 

Fonte: UDOP