Cinco empresas querem concluir Angra 3, diz ministério de Minas e Energia

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Cinco empresas já se apresentaram ao governo interessadas na conclusão da obra de Angra 3, que está parada desde que foi alvo da operação Lava Jato. O presidente Jair Bolsonaro pretende concluir a usina nuclear para tentar baratear o custo da energia, especialmente na região Sudeste.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira (23) que o ministério está verificando a “viabilidade econômica” do projeto e que a ideia é inaugurar a usina em 2026.

Albuquerque defendeu mudanças na Constituição para que, futuramente, empresas privadas possam atuar nesse mercado no país. Hoje, a exploração nuclear no país é monopólio da União. “Já estamos discutindo isso”, disse.

No caso de Angra 3, o ministro não vê risco na parceria com a iniciativa privada. Sem mencionar os nomes dos interessados, o ministro disse que toda a parte sensível da usina, basicamente a montagem eletromecânica (equipamentos), está concluída.

Ainda segundo ele, o projeto de Angra 3 ganhou força com a decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) no ano passado que baixou o preço de referência da energia nuclear no país para R$ 480 o MW. O conselho também delegou o projeto para que o PPI (Programa de Parcerias em Investimentos) encontrasse uma forma de viabilizar o empreendimento.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Reive Barros, disse que, com a competição nos leilões, esse preço tende a ficar ainda mais baixo, favorecendo a queda da tarifa de energia de maneira geral.

Além disso, ele explicou que, do ponto de vista de custo de geração, a energia nuclear acaba sendo uma fonte mais eficiente que a hidráulica.

A região Sudeste, maior centro consumidor, deve ser favorecida com esse projeto evitando perdas de transmissão. Hoje, segundo o secretário, é preciso mais linhas de transmissão para transportar 1MW de energia na região. Ou seja: aumentaram as perdas de energia do sistema. Como a usina fica em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, essa perda tende a ser menor na região Sudeste.

O ministro disse ainda que não há “ideia pré concebida” sobre o projeto. Albuquerque considera que é inaceitável um país que é a sétima maior reserva de urânio (com apenas 30% do território prospectado), deter a tecnologia de processamento, e não investir nessa matriz energética.

No encontro ocorrido no ministério, Albuquerque apresentou sua equipe, disse que vai investir na expansão do sistema elétrico, rever subsídios, aumentar a quantidade de biocombustível na gasolina, e defender a aprovação do projeto de lei que está no Congresso que multa empresas que não entregarem energia por motivos que não sejam a seca.

Garantiu que haverá acordo com a Petrobras no contrato da cessão onerosa para que o leilão seja realizado no segundo semestre deste ano. Também afirmou que o processo de capitalização da Eletrobrás será feito, mas que estão revendo o modelo.

 

Fonte: UDOP